Cópia integral daqui:
http://quentalbiologico.wordpress.com/2009/03/03/o-verdadeiro-significado-de-%E2%80%9Csem-gluten%E2%80%9D/
O que é o glúten?
A
definição técnica correcta de glúten inclui um conjunto de proteínas
individuais que se encontram nos cereais e se dividem em poliaminas e
gluteninas. Cada tipo de cereal tem uma poliamina diferente, que são:
Trigo – Gliadina (70%)
Centeio – Secalina (30-50%)
Cevada – Hordeína (50%)
Aveia – Avenina (16%)
Milho – Zeína (55%)
Arroz – Orzeína (5%)
Sorgo – Katirina
Centeio – Secalina (30-50%)
Cevada – Hordeína (50%)
Aveia – Avenina (16%)
Milho – Zeína (55%)
Arroz – Orzeína (5%)
Sorgo – Katirina
Visto
por este prisma todos os cereais têm poliaminas e portanto não se pode
dizer que há cereais isentos de glúten. Mas como só algumas poliaminas
são tóxicas para os celíacos generalizou-se a ideia de que os cereais
sem estas poliaminas tóxicas seriam sem glúten. As poliaminas que dão
reacção aos celíacos são então:
Gliadina; Secalina, Hordeína, Avenina.
Gliadina; Secalina, Hordeína, Avenina.
Assim, o termo “Gluten Free” não é de todo rigoroso. Ele significa: Sem Gliadina, Sem Secalina, Sem Hordeína, Sem Avenina.
Sem TACC
Nos países Sul Americanos usa-se o termo “Sin TACC”, que significa sem trigo, centeio, aveia e cevada.
Nos países Sul Americanos usa-se o termo “Sin TACC”, que significa sem trigo, centeio, aveia e cevada.
O que é a Doença Celíaca?
É
uma doença auto-imune que surge em indivíduos geneticamente
predispostos. Quando o sistema digestivo não é capaz de digerir bem a
proteína do glúten por imaturidade do sistema ou deficit enzimático a
gliadina entra em circulação e dá-se a exposição desta proteína ao
sistema imunitário. Assim produzem-se anti-corpos que por reacção
cruzada com enzima transglutaminase tecidual vão destruir as vilosidades do intestino. Assim o intestino perde a capacidade de absorção com as respectivas diarreias e todo restante quadro sintomático.
Nos
doentes celíacos são comuns as intolerâncias concomitantes a outros
alimentos como à soja, leite e ovos. O doente celíaco precisa eliminar
totalmente as proteínas do trigo, centeio, cevada, aveia (alguns autores
consideram a proteína da aveia tolerada por celíacos mas pelo grau de
contaminação que esta normalmente tem com outros cereais, tem que ser
evitada).
O celíaco tolera com segurança a proteína do arroz, arroz selvagem, milho, millet, quinoa, amaranto e trigo sarraceno. Ter em atenção que o trigo antigo considerado de fácil digestão como o Kamut e Espelta não são de todo indicados para celíacos.
Para a recuperação mais rápida do celíaco este beneficia em evitar as
proteínas alergénicas secundárias como o ovo, leite e soja para acelerar
a regeneração da membrana mucosa. Apesar de ser uma informação
controversa na prática clínica mostra utilidade. É evidente que se forem
proteínas hidrolisadas estando totalmente transformadas em aminoácidos
não dão qualquer reacção alérgica.
Doença Celíaca desde nascença versus alergia ao glúten que surge ao longo da vida
O
glúten é considerado uma proteína de alta qualidade e substitui a carne
na alimentação dos vegetariana – chamam-lhe a “carne vegetal”. Tem um
alto conteúdo em aminoácidos.
É
essencial agora distinguir a situação descrita como Doença Celíaca,
doença séria de origem genética que surge nos primeiros meses de vida
após a introdução das papas com gluten, e que acompanha a vida da pessoa
com rigorosas restrições e limitações, da situação mais comum de
alergias ao gluten que surge ao longo da vida de algumas pessoas por
perca da capacidade normal enzimática e digestiva deste tipo de
proteínas que têm em si ligações muito fortes e degradação mais difícil.
A sintomatologia vai desde ligeiras queixas digestivas, até doenças auto-imunes.
Nestes casos as intolerâncias são mais individuais e diversificadas e
poderão tolerar melhor a proteína da espelta ou até do centeio e cevada.
A
forma mais prática de descobrir estas intolerâncias é fazer a sua
exclusão da dieta e depois progressiva introdução para averiguar os
sintomas. É possível voltar a ganhar tolerância a estas proteínas após
alguns meses de dieta de exclusão e posterior introdução moderada destes
alimentos.
Irritação do Cólon por fibras dos cereais
Outra
situação totalmente distinta que é descrita por algumas pessoas é a
incapacidade de consumir as fibras dos cereais por irritação da membrana
mucosa do intestino. Quase sempre dentro de um quadro de Cólon
Irritável que tem forte componente psicossomático. Neste caso devem-se
evitar as fibras mais irritantes como as ligninas que existem no farelo
do trigo. Usar o arroz semi-descorticado ou vaporizado, a quinoa o
amaranto e o trigo sarraceno são melhor tolerados. Não esquecer que uma
boa mastigação para facilitar a digestão e diminuir a agressão das
mucosas que já estão sensíveis.
Conclusão
Presente
em vários cereais, não é mais do que um conjunto de proteínas que não
se dissolvem na água. Porque a sua composição é diferente consoante o
cereal, diferentes são também os efeitos adversos nos doentes, obrigados
a eliminar da dieta os agressores TACC (trigo, aveia, centeio e a
cevada). Em situações mais graves desenvolvem-se doenças auto-imunes e
tumores intestinais. O único tratamento disponível actualmente consiste
numa dieta isenta de glúten, seguida durante toda a vida.
Os problemas com o glúten afecta uma em cada 150 pessoas. Em Portugal, os números conhecidos dão conta de cinco a seis mil pessoas diagnosticadas, apesar de muitas mais viverem com a doença celíaca sem saberem, já que em muitos casos esta não apresenta sintomas.
Os problemas com o glúten afecta uma em cada 150 pessoas. Em Portugal, os números conhecidos dão conta de cinco a seis mil pessoas diagnosticadas, apesar de muitas mais viverem com a doença celíaca sem saberem, já que em muitos casos esta não apresenta sintomas.
O único tratamento actualmente compõe-se duma dieta isenta de glúten durante toda a vida.
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